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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Bullying


As lágrimas corriam furiosas pelo rosto inchado da menina. Os cabelos ruivos caídos em seu rosto rosado davam-lhe um aspecto tenebroso. Ela estava deitada no chão de seu quarto; as mãos cerradas em punhos. Queria despejar seu ódio em alguém. A garota levantou-se num átimo e fez do belo abajur francês sua primeira vítima. Socou-o até que estivesse completamente desgastado e derrubou-o. E foi fazendo isto repetidamente com todos os objetos quebráveis do quarto. Até que todos acabaram. As mãos dela sangravam; ela jogou-se não chão, ainda chorando. Não agüentava mais esta situação; a garota era mais uma vítima de bullying. As risadas e zombarias dos colegas de classe passavam por sua mente enquanto ela enlouquecia. De súbito ela levantou-se outra vez e abriu a porta do quarto. Foi até o quarto dos pais sorrateiramente; ela sabia que lá havia algo que a tiraria deste sofrimento: a arma que seu pai guardava. Ela pegou a arma silenciosamente e voltou para seu quarto. Trancou a porta. Fechou as janelas. Finalmente ela acabaria com a dor de uma vez. Ela apontou a arma para suas têmporas, fechou os olhos. Silêncio. Um estrondo, uma explosão. Ela puxara o gatilho.

Marcela Esteves


Hurts like hell



Já bastava não te ter comigo, a distância. Já me bastava a dor pelo seu desprezo. Mas hoje ela é mais forte, essa dor me consome. Te vejo com uma qualquer ou não, alguém que pode estar te fazendo feliz, mas do que eu tentei fazer, mas do que eu pude. E eu que pensei que fosse fácil te ver feliz, mesmo que não ao meu lado. Dor que me transborda, dor que preenche todo o vazio que deixou em mim. Lembro de quando dizia que te amava, já não sei se hoje posso dizer o mesmo, essa dor, vai se transformando num certo ódio, ela me possui, confunde meus sentimentos, me confunde. Dor que ja não posso suportar, ela me destró , e vai me deixando fraca. É tão estranho, já não sei ao certo o que passa dentro da minha cabeça. Só sei que não posso me render, tenho que seguir em frente. Talvez um dia eu entenda. Talvez um dia eu supere, talvez um dia, essa dor acabe. Até mesmo, talvez algum dia, você possa perceber o quanto eu senti por você.

Carolina Pessanha

Reality




- Você volta logo, pai? – perguntou a pequena Pâmela para o homem maltrapilho que carregava algumas bagagens surradas.

- Claro, minha filha.  Vou voltar de São Paulo com dinheiro e te dar um futuro digno, minha Pâmela. – o homem, José Bento, disse, com lágrimas nos olhos. Fez um carinho no rosto da garota e caminhou em direção à sua mulher, Joaquina. 

- Volte logo, José Bento. Não vou poder cuidar da menina sozinha. Trate de voltar logo viu? – Joaquina deu um beijo rápido no marido, pegou a pequena Pâmela no colo e acenou para o marido que agora já caminhava na estrada de terra, com a cabeça virada para trás, acenando para as mulheres de sua vida. Voltou a cabeça para frente e respirou fundo, almejando um novo e promissor futuro incerto.

Marcela Esteves

Pretending



Eu descobri que talvez eu estivesse errado, porque eu nunca vou esquecer isso mas não consigo achar palavras pra te contar, não quero ficar sozinho, mas agora eu sinto como não te conhecesse. Um dia você vai cansar de dizer dizer que está tudo bem, e até lá eu tenho certeza que eu estarei fingido, apenas como estou essa noite... Mas minha vida não é a mesma e eu não quero culpar ninguém.

Carolina Pessanha

Live



Viva como se cada suspiro fosse o único. Toda noite um adeus. Sorria como se seu sorriso fosse necessário como o ar que respira. Chore, grite, sem limites, não guarde sua tristeza, liberte-se. Cada minuto, viva. Cante, pule, para que todos vejam que você existe, apareça. Escute, o que achar que deve, ouça a todos, absorva só positividades. Viva, e não seja do jeito padrão. E nunca deixe de aprender, que mesmo que você faça da sua vida um conto de fadas, lembre-se que os contos de fadas nunca disseram se as princesas eram do bem.

Carolina Pessanha

Reflections.



Existem aqueles que param no primeiro desafio. Que se acham incapacitados, que não tem condições de superar as condições a ele impostas. Aquele que, diante dos primeiros desafios da vida, se declara burro, incapaz, inútil. Aquele que não se esforça. E existem aqueles que param no primeiro desafio. Param e pensam: ”É realmente aqui que eu quero parar?” E seguem em frente. Esforçam-se. Lutam. Caem, sim, muitas vezes. Mas nunca desistem. Aqueles que têm um sonho, que sabem pra onde vão.  Estes sim serão vencedores. Aqueles que vagam pelos caminhos da vida sem saber para onde vão sempre se perdem. Pense nisto. 

Marcela Esteves


It's not your fault...



Se você pensou que eu iria embora, você estava enganado porque eu não irei te deixar e eu não posso fingir que eu não estou vendo realmente não é sua culpa, e ninguém se importa em falar sobre isso. Porque eu vi o amor morrer muitas e muitas vezes quando ele merecia estar vivo, e vi você chorar muitas e muitas vezes, quando você merecia estar viva ...Bem, eu não posso fingir que eu não estou vendo
Realmente não é sua culpa.

Carolina Pessanha

Hopes






Que o medo que tenho não me impeça de ver o que anseio, que a morte de tudo em que acredito não me tape os ouvidos e a boca, porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio. Que a música que ouço ao longe seja linda ainda que triste, que a pessoa que amo seja pra sempre amada, mesmo que distante, porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade. Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor, apenas respeitadas como a única coisa que resta a uma mulher inundada de sentimentos, porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.

Carolina Pessanha

First sight



Solitário em uma mesa de um restaurante, o homem espera a garçonete trazer o de sempre: pão com bastante manteiga e café amargo e forte. Ele batia levemente os dedos finos na mesa, somente para distrair. De súbito, o rapaz levanta a cabeça, e então tudo se perdeu: a lânguida mulher passou pela porta do restaurante, com seus longos cabelos cor de cobre dançando sobre seus ombros delicados. Ele sentiu seu coração palpitar cada vez mais rápido, suas mãos tremiam, sentia todas as células que compunham seu corpo se agitarem e tremerem, um calafrio percorreu-lhe a espinha, um sentimento nunca experimentado por ele veio à tona. Sentia-se vivo, feliz. A mulher repousou seus óculos escuros na mesa. O rapaz tremia dos pés à cabeça, não conseguia parar de fitá-la. Preso em sua loucura interior, ele não reparou que a garçonete já havia trazido seu desjejum, e o café estava esfriando – ele só tinha olhos para a robusta mulher sentada na mesa à frente. Então, seus olhares se encontraram – um calor repentino os invadiu. Estavam apaixonados. 

Marcela Esteves


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Dear John


Lentamente, ergo minha cabeça e olho para a lua. Lua cheia. Todas as memórias vêm à tona, os dias que nunca esquecerei ao lado do homem que também será inesquecível. Lembro de nosso primeiro encontro, lembro de todos os encontros, lembro de nossa primeira vez, lembro de cada risada, de cada beijo, de cada briga, de cada lágrima... Lembro de tudo. Lembro, também, de cada carta. Lembro de perceber que ele evitava escrever sobre os confrontos no exército. Sabia que ele não estava feliz. Lembro, também, daquela promessa, aquela promessa que ele me fez antes de partir, de que nos casaríamos. As lágrimas caíam lentamente dos meus olhos e agradeci por Tim e Alan estarem dormindo, não saberia explicar. A verdade é que nunca esquecerei John Tyree, e muito menos da felicidade que ele me proporcionou. Eu posso, com o tempo, amar Tim, mas nunca com a mesma intensidade que amei – e ainda amo – John. Por um momento, desejo voltar ao passado. Não me arrependo de ter casado com Tim, ele é um bom homem. Arrependo-me de não ter esperado por John e por não o apoiar em suas decisões. Olho para a lua mais uma vez, e o rosto sorridente de John me vem à cabeça. Por um momento, é como se estivéssemos juntos de novo.


Marcela Esteves
P.S: Esse texto é como se fosse a versão da Savannah do final do livro “Querido John”.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Questions



Porque você não acredita no que eu falo? Porque você não acredita nos meus sentimentos? Será que tudo aquilo foi em vão? Será que nada mais vai fazer sentido? Será que sempre vai ser assim? Será que você sempre pensará desse jeito? Será que meu esforço todo não conta? Perguntas e dúvidas que jamais você terá a coragem de me responder, perguntas que eu já mais encontrarei as respostas. É que sempre que eu tento te esquecer, eu só penso mais e mais em você e que é a qualquer momento que o meu MUNDO pode desabar e que só de pensar que nunca mais eu poderei te ter ao meu lado eu fico louca. Louca de amor por você, louca de vontade de te abraçar, louca para te beijar. Não que eu dependa de você para andar e ser feliz, mais como ia ser bom andar e ser feliz ao seu lado, compartilhar com a pessoa que eu mais amo as minhas melhores risadas, cada momento inesquecível, cada segundo da minha vida inexplicável e cada instante insubistituível ao SEU lado. Porque afinal, foi você que eu quiz e vai ser VOCÊ que eu sempre vou querer.


Nossa Convidada Especial, Karina Carmona.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

The boy who lived





Eu vivi numa família trouxa durante toda a minha vida, meus pais morreram, meu primo vivia pra me irritar. Choveram cartas em minha casa, um homem barbudo e imenso disse-me que eu era um bruxo. Fui para Howgarts, conheci Ronald Weasley e Hermione Granger, que seriam meus melhores amigos. Lá eu joguei quadribol – fui o mais novo apanhador da minha casa, Grifinória. Lá eu tive aulas de Poções com o ranzinza Professor Severo Snape que aparentemente tinha algo contra mim, tive aulas de Transfiguração com a Professora Minerva McGonagall, tive aulas de Defesa Contra Artes das Trevas com o estranho Professor Quirinus Quirrell, e conheci o desprezível Draco Malfoy.  Eu descobri o espelho de Ojesed, derrotei Voldemort, abri a Câmara Secreta, conheci a Murta-Que-Geme. Alguns anos depois eu fugi de casa, andei no Noitibus Andante, dormi no Caldeirão Furado, descobri que um homem havia fugido de Azkaban e que ele estava atrás de mim, descobri que este homem se chamava Sirius Black e que ele era amigo de meu falecido pai. Descobri também que Sirius era meu padrinho e que ele não tinha nenhuma relação com a morte de meus pais. Eu participei do Torneio Tribruxo, peguei um ovo de dragão, mergulhei no lago dos sereianos, presenciei a morte de Cedrico Diggory e a volta de Lord Voldemort. Fui criticado e chamado de mentiroso inúmeras vezes. Quase fui expulso de Hogwarts, as pessoas não acreditavam na volta d’Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, eu beijei Cho Chang, tive pesadelos com Voldemort e consegui penetrar em sua mente, salvando o Sr. Weasley de um ataque. Voldemort plantou informações falsas de Sirius em minha mente, e eu acreditei. Invadi o Ministério da Magia procurando Sirius, mas ele não estava lá. Assisti Belatriz Lestrange matar meu padrinho Sirius, a única pessoa que eu poderia contar naquele momento. Roubei a profecia e a quebrei. Voldemort tentou me matar, mas Dumbledore me salvou e contou-me toda a história de Voldemort e a minha. Ingressei em meu 6º ano em Hogwarts, descobri que Draco Malfoy virara um Comensal da Morte, eu descobri mais sobre o passado de Lord Voldemort, me apaixonei por Gina Weasley, fui com Dumbledore buscar um Horcrux – uma das sete Horcrux que deixavam Lord Voldemort imortal. A Horcrux era falsa, voltamos para Hogwarts e os Comensais haviam tomado conta de tudo. Vi Dumbledore ser morto por Snape e fui atrás das Horcruxes, quase fui morto milhares de vezes, vi as mais profundas memórias de Severo Snape e, enfim, matei Voldemort. Prazer, meu nome é Harry Potter.

Marcela Esteves
Sim, eu sou fanática por Harry Potter e esse texto ficou maior do que eu esperava, enfim.  

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Broken Heart


Meu sorriso esconde uma imensa e profunda tristeza, ainda não descobri como consigo ficar de pé e fingir que estou feliz, fingir que estou bem. Eu estou prestes a desabar, meu controle emocional foi para algum lugar que desconheço, estou vivendo num mundo de mentiras que eu mesma criei para refugiar-me, sair da cruel realidade em que eu vivi. E lá, no meu lindo mundo fictício, eu me esqueci de viver. E a culpa? Sua, muitíssimo obviamente. Você me deixou desarmada, quebrada, desiludida, desprezada e esquecida. Meu coração rachou-se, quebrou-se em mínimos pedacinhos que foram caindo lentamente no caminho. Meu coração dói, lateja, arde, palpita de dor. E, por um motivo que eu ainda não descobri, você continua na posse de meu coração quebrado e desiludido.

Marcela Esteves



Fake Smile


E enquanto meu coração ganha rachaduras, e todo meu controle emocional parece ter partido em um avião pra Londres sem saber a hora de voltar, eu finjo estar sorrindo. Existem prédios desmoronando em cima da minha cabeça, e pessoas que não me roubam celulares, nem iphone’s, pessoas que roubam sorrisos, e, não satisfeitos, levam boa parte da minha esperança e confiança, mesmo assim ainda pareço alguém que ri de um tropeço de alguém, alguém que ri da situação mais banal. Neste exato momento mais um pedacinho do meu coração se desfaz, mais uma lagrima indesejável cai sobre meu rosto,  nesse exato momento gasto mais um sentimento, seja ele qual for... por alguém que nunca deu e nem dará um passo por mim. Mesmo assim sorrio para todos e de tudo como se jamais tivesse chorado por alguém, como se ainda me sobrassem lagrimas para desperdiçar. E aos olhos de todos ao redor eu pareço até distribuir sorrisos, mesmo assim eu me pergunto se já não chorei tudo que havia dentro dos meus olhos. Mas espero ainda encontrar alguma parte dentro de mim que exista o verdadeiro sorriso e a felicidade sincera, sem barreiras ou fronteiras. E até que essa parte não seja encontrada... Metade de mim continuará escondendo seu lado de lagrimas e utilizando um falso sorriso, mas a outra metade usará a esperança que ainda resta para procurar essa tal parte, para que o tão esperado 'final feliz' um dia seja real.

Carolina Pessanha


Stars



Já paraste para admirar as estrelas? Tão bonitas, frágeis, delicadas, brilhando atrevidas no céu negro. Quantas vezes tu paraste para ver a beleza daqueles minúsculos pontinhos brilhantes no céu? São poucos os que conseguem ver a beleza real daqueles pontinhos atrevidos. Estrelas são como pequenos diamantes no céu. Talvez até mais preciosas e brilhantes que diamantes. O brilho das estrelas não é algo que possa roubar ou comprar, é algo único, especial. Cada estrela representa um coração partido que, apesar de toda a dor, continua seguindo em frente, sorrindo. Não diria feliz, ninguém completamente feliz. Não com o coração partido. Todas as estrelas que se apagam são aqueles corações que desistiram, deixaram-se levar pela dor, e agora viraram apenas sombras, apenas uma lembrança da felicidade que aquele coração costumava sentir. 

Marcela Esteves

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Death.


O que seria a morte afinal? Todos temem tanto a morte, parece que é algo sobrenatural. Todos morrem um dia, não há porque tanto pânico. A morte, por mais natural que seja, gosta de brincar com a gente, meros mortais. Ela vem para a Terra e escolhe a dedo quem volta com ela, e ela consegue acertar quem será a pessoa que mais fará estrago em nosso coração. E leva essa pessoa com ela. Daí vem a tristeza, vem a angústia, a saudade, a raiva, as lágrimas. Mas, um dia, isso passa. Ficam apenas as memórias, aquelas que a morte não consegue arrancar de nossos corações. Cada risada, cada momento feliz, cada lágrima, cada segundo... Tudo isso fica dentro de cada um de nós. A morte, pra mim, não é nada mais que um nível seguinte. Acontecerá quando tiver de acontecer, e ponto. Não devemos temer a morte, por mais má, cruel e fria que ela seja. Lembre-se que todo machucado se cicatriza, todo buraco se fecha. Até porque, para uma mente bem estruturada, a morte é apenas uma aventura seguinte.

Marcela Esteves

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

I miss that guy







Mais uma vez você me decepciona, mais uma vez eu cai nessa historia. Eu que acreditei que essa tal amizade fosse durar pra sempre, tola eu que vivo me esequecendo que o  ‘pra sempre’ não costuma acontecer, pelo menos não quando seu nome está relacionado no ‘pra sempre’. É, você me prometeu ficar do meu lado, com a palavra que parecia valer tanto antes, “prometo estar do seu lado para SEMPRE, para TUDO”. Mais pra minha surpresa, olho ao meu redor e não vejo ninguém, não vejo você! Eu confiei cada parte de mim a você, lhe dei a chave dos meus segredos, mas agora você parece ter perdido a tal chave, parece ter perdido a memória também né?  Só queria que soubesse que sinto falta do meu amigo, sinto falta de quem me disse coisas que deveriam ser cumpridas, falta de alguém que hoje não se parece mais com você. Também que saiba, que seja la onde estiver esse meu amigo,espero que volte logo, porque apesar de tudo eu preciso dele, preciso do meu amigo e não de você. E receber aqueles abraços que me faziam acreditar naquela amizade me faz uma falta, e rir de coisas banais só por saber que você estava comigo, e era você quem estava me fazendo de algo tão idiota. Então tente entender, que esse alguém que você anda se tornando eu relmente dispenso, mas se quem me fazia feliz de verdade resolver voltar, ao menos lembre de procurar a mim, e se desculpar por ter me decepcionado mais uma vez.
Carolina Pessanha

Pearl





Ela costumava ser uma pérola. Ela era forte, era bonita, era corajosa. Nada podia deter aquela mulher, ninguém podia pará-la, ninguém ousava atravessar seu caminho, ninguém era capaz e superá-la, ela costumava ser fantástica. Ela costumava ser feliz. Costumava, até conhecer alguém que lhe sugou toda a vontade de viver. Um homem possessivo e infeliz, que fez daquela mulher sua escrava. Ela curvou-se diante daquele tirano sem pestanejar, embriagada de amor, um amor que na verdade não existia nem nunca existiu. Este tirano tirou da pobre moça sua vida, toda sua essência. Tirou-lhe toda a vaidade, toda a coragem, toda a força. Este homem a mantém no escuro, mesclada com os móveis e as sombras, implorando não ser notada. Sua presença não causava mais impacto, não era mais a mulher forte e decidida de tempos atrás. Ela agora é fraca, débil, esguia, esquiva-se de tudo e de todos, ela tem medo, medo da luz que ela carrega em seu interior, ela tem medo de perecer deste jeito, mas ela não tem coragem de voltar a ser o que era e largar o tirano que tanto ama. Ela agora é só uma casca do que ela costumava ser. 


Marcela Esteves