Que o medo que tenho não me impeça de ver o que anseio, que a morte de
tudo em que acredito não me tape os ouvidos e a boca, porque metade de
mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio. Que a música que
ouço ao longe seja linda ainda que triste, que a pessoa que amo seja pra
sempre amada, mesmo que distante, porque metade de mim é partida, mas a
outra metade é saudade. Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas
como prece e nem repetidas com fervor, apenas respeitadas como a única
coisa que resta a uma mulher inundada de sentimentos, porque metade de
mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.
Carolina Pessanha
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