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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Hopes






Que o medo que tenho não me impeça de ver o que anseio, que a morte de tudo em que acredito não me tape os ouvidos e a boca, porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio. Que a música que ouço ao longe seja linda ainda que triste, que a pessoa que amo seja pra sempre amada, mesmo que distante, porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade. Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor, apenas respeitadas como a única coisa que resta a uma mulher inundada de sentimentos, porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.

Carolina Pessanha

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