Solitário
em uma mesa de um restaurante, o homem espera a garçonete trazer o de sempre:
pão com bastante manteiga e café amargo e forte. Ele batia levemente os dedos
finos na mesa, somente para distrair. De súbito, o rapaz levanta a cabeça, e
então tudo se perdeu: a lânguida mulher passou pela porta do restaurante, com
seus longos cabelos cor de cobre dançando sobre seus ombros delicados. Ele
sentiu seu coração palpitar cada vez mais rápido, suas mãos tremiam, sentia
todas as células que compunham seu corpo se agitarem e tremerem, um calafrio
percorreu-lhe a espinha, um sentimento nunca experimentado por ele veio à tona.
Sentia-se vivo, feliz. A mulher repousou seus óculos escuros na mesa. O rapaz
tremia dos pés à cabeça, não conseguia parar de fitá-la. Preso em sua loucura
interior, ele não reparou que a garçonete já havia trazido seu desjejum, e o
café estava esfriando – ele só tinha olhos para a robusta mulher sentada na
mesa à frente. Então, seus olhares se encontraram – um calor repentino os
invadiu. Estavam apaixonados.
Marcela Esteves
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